innnaldoooPergunte ao assistente virtual ChatGPT se a inteligência artificial pode substituir o contador público e ele lhe responderá: “Não. A inteligência artificial pode ajudar os contadores públicos no processamento de dados e na interpretação de informações, mas não pode substituí-los. Ainda é necessário que os contadores públicos usem seu conhecimento e experiência para interpretar os dados e tomar decisões adequadas”. Este alento foi um dos pontos altos da palestra de abertura proferida nesta quinta-feira (11.05), pelo conselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo (TCE/BA), no I Encontro Baiano de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, que ocorre até esta sexta-feira (12.05), no campus da Unifacs localizado na Avenida Tancredo Neves, em Salvador. O evento, promovido pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRC), reúne alunos, professores e profissionais que participarão de apresentações e debates em torno da Contabilidade Pública.

Com base no tema Cenário e Perspectivas do Profissional Contábil – Setor Público, o professor Inaldo Araújo iniciou a sua apresentação fazendo uma alusão histórica aos grandes feitos da humanidade, a exemplo do surgimento da escrita, da travessia do Cabo das Tormentas e das experiências científicas e tecnológicas que desembocaram na propalada inteligência artificial. Para ilustrar a IA, citou filmes emblemáticos de ficção científica que marcaram o gênero desde a década de 1960, como Star Trek (1966); 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968); Caçador de Androides (1982), Inteligência Artificial (2001) e M3gan (2022). Inaldo Araújo lembrou que, nesta viagem científica da filmografia de ficção, apesar das abordagens sombrias de algumas dessas películas, a relação homem x máquina traz mensagens de amor e esperança, como em Caçador de Androides, quando um humano se apaixona por uma replicante (robô).

publicEntretanto, independentemente da abordagem dos avanços tecnológicos nos filmes que marcaram época, uma coisa é certa na visão do vice-presidente de Auditoria do Instituto Rui Barbosa: “A Inteligência Artificial é uma realidade e devemos fazer o melhor uso dela. Mas é muito importante considerar que a IA pode muito, mas não pode tudo. O atalho nem sempre é o melhor caminho. A tecnologia sempre será uma aliada, desde que o ser humano dê o comando correto. E, no caso da administração pública, o contador sempre terá a decisão final, baseado em registros precisos, relatórios claros e uma comunicação eficaz”, disse o conselheiro Inaldo Araújo, destacando, como exemplo de premissa tecnológica para o trabalho do contador público, o Sistema Único e Integrado de Execução Orçamentária, Administração Financeira e Controle, o Siafic, criado pelo Governo Federal para assegurar a transparência da gestão fiscal de todos os entes federativos.

Dando sequência à explanação, o mestre em Contabilidade citou o avanço vertiginoso da China como maior economia de exportação do mundo, mas sempre com foco na educação. Inaldo lembrou que o país, também detentor do título de maior exportador de tecnologia, vive agora o desafio de educar 1,4 bilhão de habitantes para manter a qualidade de vida dessa população superlativa. Como parte das celebrações do I Encontro, o professor Inaldo Araújo prestou homenagem a todos os contabilistas da Bahia, fazendo deferência ao auditor-chefe do Banco Central do Brasil, Ailton Aquino, recentemente indicado para exercer o cargo de diretor de Fiscalização da instituição. “Tenho grande prazer e emoção de testemunhar a brilhante trajetória de Ailton, que foi meu aluno, e hoje é o primeiro negro a ser indicado para fazer parte da cúpula do BC. É uma grande satisfação para todos nós, contadores e auditores. Neste momento, digo a vocês que tenho um grande orgulho da minha profissão. Eu adoro ser contador, auditor e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia. Parabéns a todos vocês pela organização desse grande evento”, disse o conselheiro do TCE/BA.

Compuseram também a mesa diretiva do I Encontro Baiano de Contabilidade Aplicada ao Setor Público o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do CRC/BA, Antônio Carlos Ribeiro da Silva; o vice-presidente Técnico do CRC/BA, Cremildo Atanásio; a coordenadora da Comissão de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Elisângela Fernandes; o conselheiro do CRC/BA Germano Sacerdote; o Coordenador Administrativo-financeiro da União dos Municípios da Bahia (UPB), Geraldo Santana; o professor Adriano da Hora (Unifacs) e a diretora da Unifacs, Annita Kelly.