2018 07 JornadasTecnicas 3aEdicao Como sistemas informatizados podem auxiliar os órgãos de controle na interação com outros órgãos do Estado? O pós-doutor em Realidade Virtual Remis Balaniuk, auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), tratou do assunto na apresentação “Interação com outros órgãos do Estado por meio de sistemas informatizados de controle”, ocorrida nesta quarta-feira (25.07), na sala de treinamento da ECPL. O especialista reconheceu os avanços do TCE/BA no intercâmbio de informações com o estado por meio do Sistema Mirante e do Núcleo de Informações Estratégicas (NIE).

Ao anunciar o palestrante, o presidente do TCE/BA, Gildásio Penedo Filho, deu ênfase a sua excelência curricular, destacando a importância do programa Jornadas Técnicas para o corpo técnico da Casa de Controle. “Este programa tem como propósito o aperfeiçoamento dos profissionais do TCE/BA e o intercâmbio de informações. Portanto, aproveitem ao máximo o amplo conhecimento do auditor do TCU para que avancemos nos nossos projetos”, disse o conselheiro-presidente.

Logo no início da apresentação, o auditor do TCU fez o seguinte questionamento: “Como nós, auditores, podemos utilizar métodos e recursos tecnológicos ao nosso alcance para melhor interagir com outros órgãos de Estado e melhor cumprirmos nossa missão?” Remis Balaniuk ressaltou que os profissionais de hoje estão atolados em dados e, na maioria das vezes, não sabem como tirar proveito disso. Para mudar essa realidade, o especialista considera fundamental transformar dados em conhecimento e ainda que os auditores estejam sempre em busca de aperfeiçoamento profissional com a intenção de se adequar às novas tecnologias do ramo.

palestranteremisAo apresentar a pesquisa “The Future of Employment”, que aponta diversas profissões fadadas ao desaparecimento em razão dos avanços tecnológicos, Remis chamou a atenção para o trabalho de auditoria, que está entre as 17 ocupações com maior possibilidade de serem substituídas. “A principal tarefa do auditor poderia deixar de ser a de certificar o que dizem os dados para ser a de interpretar os dados. Menos conformidade e mais prospecção”, concluiu.

Durante sua explanação, o auditor do TCU sugeriu hipóteses, a exemplo de interagir com outros órgãos e parceiros por meio do compartilhamento de dados, além de utilizar a experiência adquirida para transformar dados em conhecimento. O palestrante discorreu ainda sobre a realidade dos sistemas centralizados oficiais, que sinalizam baixa integração e apresentam plataformas obsoletas e confiabilidade e qualidade questionáveis.

Remis apresentou estratégias palpáveis, como a busca de soluções prontas, auxílio da TI ou contratação emergencial, ou ainda a busca de ajuda do próprio auditado para extrações de dados. Outra visão possível é adotar a Business Intelligence, considerada a espinha dorsal dos sistemas de TI, criando um repositório com dados brutos mais úteis, com bases analíticas.

gildasiopenedoEle relatou que o TCU adotou a visão Business Itelligence ++, com repositórios de dados internalizados e com diversos ambientes de consulta, além de investir em acordos de cooperação, permitindo ferramentas de apoio ao auditor, que são baseadas nos dados internalizados e modelos analíticos. “Temos equipes dedicadas na TI e na área finalística. E estamos investindo em um plano de capacitação para criar um perfil de auditor cientista de dados”, explicou.

Ao final, o auditor federal enalteceu a missão de tornar acessíveis e úteis informações que dão suporte às ações de controle externo e divulgou a plataforma de integração de dados, que possui 85 bases de dados, 52 parceiros e 411 usuários, além de produtos e serviços, a exemplo do DGI Consultas, Modelo Probabilístico de Risco de Conluio na Relação Unidade Gestora x Fornecedor, Monitoramento Integrado para o Controle de Aquisições, Análise de Licitações Editais, o Sistema de Orientação sobre Fatos e Indícios para o Auditor (SOFIA), entre outros.

DEPOIMENTOS

plateiaecpl“A palestra do professor e auditor Remis Balaniuk foi de grande relevância, especialmente pelo enfoque prático, já que tivemos um panorama das principais ferramentas de análise de dados utilizadas pelo TCU, podendo compará-las com as que já dispomos. Fico feliz em poder verificar que estamos no caminho certo, pois nossos recursos estão com desenvolvimento em estágio equivalente ao do órgão federal de controle, naturalmente que guardadas as proporções. Aproveitamos a oportunidade para apresentar o nosso Sistema Mirante e o funcionamento do nosso Núcleo de Informações Estratégicas (NIE) ao palestrante, que em sua explanação reconheceu o avanço de nossas ações".

José Raimundo Bastos de Aguiar, Superintendente Técnico do TCE/BA

"A apresentação deixou claro que o nosso Tribunal tem atuado na mesma direção do TCU quando se trata da utilização de recursos de tecnologia da informação. Nosso caso, diferentemente das soluções adotadas pelo TCU onde os auditores fazem cruzamentos de dados diretamente através de consultas nas bases, os nossos auditores não necessitam de grandes conhecimento de informática para fazer cruzamentos de dados de diferentes fontes de informação, pois usam recursos muito intuitivos de Business Intelligence".

Edmilson Santos Galiza, diretor do Cedasc.