Alunos e professores de Bom Jesus da Lapa têm uma aula de cidadania e controle socialAo chegar ao Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, no município de Bom Jesus da Lapa, o ouvidor do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), Paulo Figueiredo, foi recebido por parte dos alunos e professores com muita descrença e ceticismo nas instituições. Entre uma explicação e outra sobre controle social, como eles podem ter acesso à Corte de Contas, por meio da Ouvidoria, além da mensagem em prol da transparência em relação às contas dos gestores públicos, a apatia e o pessimismo foram dando lugar à esperança. O encontro, realizado na quinta-feira (05.05), trouxe para a comunidade estudantil noções de cidadania, controles externo, interno e social, além de educação financeira.

“Sem a participação da comunidade e do cidadão, os recursos que são destinados aos municípios podem ser desviados. E vocês, como beneficiários finais, vão deixar de usufruir das benfeitorias e obras públicas. Todos vocês têm o dever e a obrigação de participar não apenas do dia a dia da escola, mas também da administração pública do estado. Vocês podem ser atores mais atuantes na construção de uma sociedade mais justa. É necessário que o cidadão internalize a ideia de que ele tem não só o dever, mas também a obrigação de zelar pelo recurso público que pertence a todos nós”, ressaltou Paulo Figueiredo.

O estudante João Pedro Alves de Souza, do 1° ano E, avaliou como esclarecedora a palestra, sem deixar de elencar os problemas enfrentados no dia a dia escolar, a exemplo de uma quadra poliesportiva na instituição inacabada, o atraso nos pagamentos e a falta de professores e de funcionários. “Esse pessimismo é fruto do que assistimos todos os dias pelos noticiários e do que presenciamos em período eleitoral, como a compra e venda de votos, promessas, entre outras. Por isso a grande maioria tem a impressão de que nada vai melhorar. Espero realmente ser ouvido. Vou fazer a minha parte e denunciar as irregularidades”.

garotaJá na avaliação da estudante Aíla Oliveira da Silva, do 2° ano, é importante que todos sejam os olhos e os ouvidos da cidade. “Vou continuar sendo combativa. Tenho certeza de que, com o conhecimento dos canais de comunicação, não deixaremos passar em branco qualquer indício de irregularidade. Precisamos colocar em prática o que foi apresentado pelo ouvidor. Apesar de termos muitas pessoas que desconhecem os seus direitos, e outras que não se importam mesmo, espero que meus colegas tomem pra si os problemas da nossa cidade. Que bom que existe um órgão que fiscaliza os gastos públicos! Seria ótimo se a gente tivesse um posicionamento de ajudar o TCE/BA". 

Para a diretora do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, Maria Helena de Assis Laranjeira Gomes, a palavra que melhor traduz a vinda do projeto Ouvidoria vai à Escola é esperança. “Se formos partir para analisar o ambiente escolar, temos muitas queixas, indagações a serem respondidas. Os canais de comunicação com a Ouvidoria serão ferramentas de transformação da sociedade. Esperamos que nossos jovens possam ser agentes de transformação. E com a participação deles, tenhamos algumas respostas”.

Os alunos e professores tiveram acesso aos produtos de comunicação como a “Versão Cidadã do Relatório e Parecer Prévio do TCE/BA sobre as Contas do Chefe do Poder Executivo da Bahia Relativas ao Exercício de 2014”, o vídeo institucional “O TCE mais perto de você”, a cartilha “Heróis da Cidadania conhecem o TCE/BA” e a revista em quadrinhos "Você no Controle".