Dando continuidade ao Projeto Ouvidoria vai à Escola, o ouvidor do TCE/BA Paulo Figueiredo proferiu, na manhã e na tarde desta quinta-feira (27.04), uma aula extra marcada por noções de cidadania para líderes e vice-líderes do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães e do Complexo Integrado de Educação de Porto Seguro. Figueiredo exibiu um vídeo motivacional que retratou a história de superação de Sérgio Fagundes, engenheiro eletricista que ,aos 11 anos, teve que catar papelão para ajudar a família. Apesar das dificuldades, o garoto não abandonou os estudos, e a dedicação lhe rendeu um diploma, culminando com uma trajetória profissional de sucesso.
Aproveitando o gancho, o ouvidor fez menção a vários casos semelhantes na Corte de Contas baiana, a exemplo da história de vida do presidente do TCE/BA, conselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo. "Qualquer um de vocês aqui, nesta sala de aula, pode chegar um dia a ocupar um posto de comando na sociedade. Mas para isso é preciso levar a sério os estudos, e cobrar que o estado faça a sua parte, oferecendo boas instalações e condições dignas de estudo", afirmou o ouvidor.
Durante a explanação, o servidor levou ao conhecimento da comunidade estudantil a missão institucional do Tribunal, além de apresentar produtos de comunicação como a “Versão Cidadã do Relatório e Parecer Prévio do TCE/BA sobre as Contas do Chefe do Poder Executivo da Bahia Relativas”, o vídeo institucional “O TCE mais perto de você”, a cartilha “O TCE/BA quer ouvir você” e a revista em quadrinhos “Você no Controle”. Paulo fez duas perguntas sobre o TCE/BA: "Qual a única conta que não é julgada pelo Tribunal?", e "Por que existem sete e não seis conselheiros?" Os estudantes receberam como premiação a Versão Cidadã. O ouvidor propôs que o material seja utilizado como temas transversais em aulas e trabalhos para os estudantes.
Figueiredo deu um exemplo prático de como acompanhar de perto o andamento de uma obra. Ele explicou que o primeiro passo é formar grupos e fotografar a evolução física dos serviços. Registrar a placa da obra, os funcionários trabalhando, e arquivar tudo no computador ou na memória do celular. Caso haja qualquer indício de irregularidade, o ouvidor orientou que os alunos acessem os canais de comunicação disponíveis da instituição, como WhatsApp (71) 99902-0166, telefone 0800 2843115 e o site www.tce.ba.gov.br.
DEPOIMENTOS
"Muitos jovens não se interessam pela política, não leem e não sabem como fazer valer os direitos. Essa palestra promove uma reflexão e planta uma semente que precisa ser regada. Queremos que estes representantes exerçam essa liderança para outras turmas. Eles saem da rotina e têm a oportunidade de vivenciar um ambiente onde é preciso questionar, investigar e reivindicar melhorias".
Rita de Cássia Oliveira da Silva - vice-diretora do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães e professora de Geografia
"Tirei várias dúvidas com o ouvidor e fiz questão de adicionar o número da Ouvidoria. Vou começar a registrar o que pode melhorar dentro da minha escola. Em período de chuva mesmo, percebemos como as estruturas estão ruindo. Não é porque essa é uma realidade comum em outras escolas, que temos que nos acomodar".
Michele Farias Lima - estudante do 3º ano do ensino médio
"Serei mais atuante. É uma pena que este assunto não tenha chegado antes. Perdi a conta de quantas obras estão paralisadas na minha cidade. Imagino ainda quantas pessoas no nosso estado estão no escuro. Não sabem o que fazer e se sentem abandonadas pelo poder público".
Carolina Vitória Bonfim de Almeida - estudante do 3º ano do ensino médio
"Percebemos que muita gente desconhece a existência do TCE/BA. Eu mesmo fazia parte dessa estatística. Esse trabalho é extremamente importante para sensibilizar o maior número possível de pessoas. E a sala de aula é o lugar ideal para discutirmos esse e outros assuntos. As pessoas têm a falsa impressão de que nada podem contra os poderosos. É justamente o contrário. Precisamos nos unir, pois só assim seremos fortes".
Vitor Stolze Galli - estudante do 3º ano do ensino médio do Complexo Integrado de Educação de Porto Seguro
"Vejo com bons olhos a iniciativa da Ouvidoria do TCE/BA em passar essas informações, pois só assim teremos instrumentos efetivos para combater os desvios de dinheiro público. É claro que, a partir deste trabalho, eles terão a capacidade de identificar irregularidades nas obras do município. Essa aula deveria ser objeto de multiplicação para todos os alunos".
Caetano Cupolo do Sacramento - diretor do Complexo Integrado de Educação de Porto Seguro