IMG 5576"Precisamos avançar bastante para que essas plataformas de comunicação governamental, as pessoas e suas demandas digitais possam se encontrar”. Com essa afirmação, o professor, pesquisador e orientador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea da Ufba, Wilson Gomes, responsável por ministrar o curso “Comunicação corporativa nas redes sociais”, nesta segunda-feira (03.06), esclareceu que há um descompasso enorme da comunicação governamental, que é ainda hoje dependente do trabalho jornalístico tradicional, de produção de releases e respostas de demandas provenientes dos meios de comunicação.

Para Wilson Gomes, o ambiente fundamental da comunicação mudou. Ele lembrou que esse ambiente, que já foi baseado nas interações interpessoais, na imprensa, e na televisão, é agora baseado em mídias digitais. "O mundo está num estágio e a comunicação governamental está num outro estágio. Há uma distância entre o estágio tecnológico, as mudanças sociais e o uso de tecnologias. E é preciso se dar conta da crescente digitalização da vida social e da produção e consumo de informação. Hoje utilizamos os dados para produzir métricas de avaliação para compreender quem são as pesssoas, onde elas estão, o que elas desejam e esperam".

IMG 5586Durante sua explanação, o professor de comunicação da Ufba, Wilson Gomes, apresentou as diferenças entre os tipos de comunicação institucional, sendo elas corporativa, pública, governamental e estratégica. Para ele, a comunicação governamental é semelhante a comunicação pública, embora ela tenha características específicas que geralmente não atingem a comunicação pública. Partindo desse ponto, o professor provocou uma reflexão sobre a forma que os orgãos públicos utilizam as redes sociais para a sua comunicação. Segundo ele, a comunicação mundial está em um nível e a comunicação governamental em outro completamente diferente.

O professor-doutor da Ufba ressaltou que se faz necessária a tomada de consciência por parte de todos os setores da sociedade. Wilson Gomes chamou atenção para os impactos do fenômeno das fakenews no jornalismo, da digitalização da política, a gestão de crise de imagem, e dos problemas de reputação num cenário comunicacional repleto de mudanças.

"Não é uma questão somente de progresso. Sobrevivência significa adaptação. A minha geração teve que enfrentar o desafio do audiovisual. A televisão como o centro de nossas vidas. A educação, o comércio, a política, a ciência precisam se adaptar a esse novo mundo digital".

IMG 5592O palestrante afirmou que a comunicação governamental ainda funciona com base em conceitos tradicionais do jornalismo, como produção de releases e para atender às demandas provenientes da imprensa, porem não é assim que ela deve ocorrer, é preciso entender o público. “O meio da comunicação mudou, agora ela é baseada no que as pessoas fazem online”, disse.

Na segunda parte, foi a vez do doutor em comunicação, Rodrigo Correiro, inciar a sua apresentação. Utilizando-se de uma linha do tempo, o palestrante apresentou a evolução de como as pessoas usam a internet e como chegamos ao cenário atual. O instrutor apresentou a nova linguagem da mídia e quais a tendências a serem seguidas.