IMG 9191 2Falta de merenda escolar e de material didático, ausência de bebedouros, iluminação precária, aulas vagas por conta da falta de professores e área de lazer inexistente. Apesar de conviver todos os dias com uma realidade difícil e comum a outras instituições de ensino, os estudantes do Colégio Estadual Deolisano Rodrigues de Souza, localizado no município de Medeiros Neto, decidiram não se acomodar. Com vontade de mudar e fazer a diferença, a comunidade escolar encontrou um aliado para lutar pelo direito à educação.

A equipe do projeto Ouvidoria vai à Escola se reuniu com alunos do ensino médio, nesta quinta-feira (06.04), para explicar como identificar irregularidades, formalizar uma denúncia, além de fornecer os canais de comunicação do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), a exemplo do WhatsApp (71) 99902-0166, o 0800 2843115 e o site www.tce.ba.gov.br/ouvidoria.

Durante a explanação, o ouvidor Paulo Figueiredo transmitiu a mensagem de que os jovens são essenciais para o exercício do controle social na sua cidade, bairro, comunidade ou escola. Ele orientou os alunos a formarem comissões responsáveis por elencar os problemas, documentar e sinalizar as irregularidades. “Queremos que vocês participem ativamente da administração pública. Cuidem do patrimônio público, se organizem e cobrem dos seus representantes”, incentivou.

IMG 9202Após exibir dois vídeos (institucional e motivacional), os estudantes procuraram o ouvidor e a assistente adjunta da Escola de Contas Conselheiro José Borba Pedreira Lapa (ECPL), Cristiane Vasconcelos, para manifestar o desejo de ter um ambiente escolar agradável, com infraestrutura adequada, corpo docente qualificado, segurança, higiene e condições mínimas de funcionamento. Na oportunidade, foram distribuídos produtos de comunicação do TCE/BA, como as cartilhas “Heróis da Cidadania conhecem o TCE/BA” e "O TCE quer ouvir você", a revista em quadrinhos “Você no Controle” e a “Versão Cidadã do Relatório e Parecer Prévio do TCE/BA sobre as Contas do Chefe do Poder Executivo da Bahia”.

DEPOIMENTOS

“Eles estão ainda mais informados sobre seus direitos e deveres. Já houve mobilização e, a partir de agora, eles terão mais um canal para reivindicar melhorias na escola. Eles querem estudar e não estão dispostos a cruzar os braços. A visita da Ouvidoria do TCE/BA é de suma importância para que eles possam dirimir suas dúvidas, ouvir sugestões e registrar reclamações. Pretendemos paralisar novamente para que o poder público tome conhecimento da situação de Medeiros Neto”.

Vanderson Varlei Silva Moreira – professor de Língua Estrangeira

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“Não conhecia e valorizo muito esta ação do TCE/BA, que se aproxima de fato das pessoas. Nossa escola é muito precária. Não temos salas decentes. A escola não tem energia, as paredes estão velhas e caindo. Passamos cinco horas aqui e não temos merenda escolar. Muitos colegas não comem e isso compromete no desempenho deles. Depois dessas informações, vamos fotografar e enviar para a Ouvidoria. Precisamos dizer que existimos e queremos ter o nosso direito respeitado”.

Raíssa Oliveira Moreira – estudante do 1º ano do ensino médio
15 anos

“Essa escola nunca passou por reforma. Originalmente, ela é voltada para o ensino fundamental. Não temos outra escola no município. É a única escola que temos e o descaso impera. Não podemos deixar isso acontecer. De um jeito ou de outro, precisamos fazer barulho. Conto com vocês para nos ajudar”.

Larissa Cortes Santos – estudante do 3º ano do ensino médio
17 anos

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“É muito difícil continuar estudando passando por todo tipo de dificuldade. De fato, existe recurso para a escola, mas a pergunta é: para onde vai e quem realmente é beneficiado? Por isso, o Tribunal precisa fiscalizar de perto esses gestores. Os alunos não estão acomodados e estão se mobilizando. Queremos mudança”.

Isabela dos Santos Neves – estudante do 3º ano do ensino médio
16 anos

“Vou começar a ficar de olho nas obras da cidade e lutar por melhorias na minha escola. Precisamos de uma reforma, mas até hoje nada. Não temos uma quadra para fazer atividade física. Quando tem merenda, é para poucos. Já formamos grupos, fizemos manifestação e agora temos mais um aliado”.

Breno Santos Oliveira – estudante do ano 3º do ensino médio
18 anos